segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

Saudade Instantanea


Em 1973 Claudio e Morongo começaram a compor e tocar juntos, daí veio a idéia duma ópera-rock. The Who, Procol Harum e a principal influência Yes já faziam albuns inteiros encima duma narrativa operistica. Meu contato apareceu depois de um show no Teatro São Pedro onde tocaram Liverpool e outros e eu projetei meus desenhos. Me convidaram prá criar a parte visual de Eugeny história de um sonho, que eles estavam criando.
Batizei a banda com o nome de Saudade Instantânea. Em maio fizemos a estreia no São Pedro, seis dias de casa cheia, após os quais o teatro fechou. Chegou a ocorrer um incendio no quinto dia. O show era entremeado de partes em que o Paulo Buffara recitava trechos da ópera. Em outra parte subiamos todos ao palco e dançavamos uma musica pré gravada. Em todos os momentos meus desenhos ilustravam a musica. A bateria da Gata, irmã do Morongo de 13 anos tinha luz e um stencil de estrelinhas. O Buffara ficava pendurado acima da batera. Não vimos nenhuma performance da Family Dog da California, do Fillmore mas queriamos algo do estilo. Os desenhos aqui neste clip faziam parte de Eugeny, alguns da obra seguinte "O Homem". A banda eram: Morongo (teclados), Claudio (vocal, guitarra e baixo), Gata (bateria), Neno (bateria) e Maira(vocal). O tecnico de som, Carlinhos Tatsch. Escrito e narrado por Paulo Buffara.

Escute aqui a abertura com alguns dos desenhos feitos para Eugeny
http://www.youtube.com/watch?v=XaFAXF74ZnM

Meu primeiro instrumento

Foto batida durante a gravação de Meu amigo John, com o grupo EUREKA,
 o primeiro a tocar no Ocidente em 1980

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Neguinha


Neguinha                            Claudio Vera Cruz


Mandei um telegrama pra neguinha,
Dizendo que eu já cheguei no Sul,
Que a comida aqui é muito boa,
E o povo fala é tu,é bah,é tchê.


A nega que não tem preconceito nenhum
Se foi chegando e logo botou pra quebrar
E a rapaziada toda fissurada,
Ao ver a nega de top-less passar...


Vou viver com minha nega,que delírio,que beleza,
A terra toda vai ficar azul,
Ela vai ficar faceira,num barraco em Cidreira,
No litoral do Rio Grande do Sul


Mandei um telegrama pra neguinha
Dizendo que eu já cheguei no Sul
Que a comida aqui é muito boa
E o povo fala é tu, é bah/ é tchê.


Mas a nega não sabia , que o frio era tão forte
E logo começo a arrepiar,
E agora ela só pensa ,em voltar lá para o Norte
E  vou perder a nega se eu ficar 


Mandei um telegrama pra neguinha,
Dizendo que eu já cheguei no Sul,
Que a comida aqui é muito boa,
E o povo fala ,é tu,é bah,é tchê.

Claudio e sua Saudade Instantanea


Nenobatera, Ricky Bols, Morongo, Maira, Gata, Claudio, Bea

Apenas ...


                                             As gurias, bem...peguei emprestado do Crumb (Ricky)

Apenas...                                                              Arnaldo Sisson / Claudio Vera Cruz



Eles são santos, são anjos, bandidos
E está no sangue deles o jeito de estarem
Nas filas,loterias,igrejas e bares

Marginais,passistas e crentes
Crianças que a vida ensaia,
Eles são assim
Não são bons, nem cruéis,são reais
São apenas  meninos

Elas se vestem com cores e brilhos
E está no sangue delas a sina de estarem
Nas ruas, revistas,puteiros e lares

Prostitutas, turistas, e amantes
Crianças que a vida esnsaia
elas são assim,
Não são más, infiéis, são reais
São apenas meninas

Eles são santos são anjos, bandidos
E elas se vestem com cores e brilhos
São apenas meninos
São apenas meninas
São apenas
Crianças

Claudio com Bixo da Seda Praia do Leste Paraná 1975

Cheiro do Alecrim




Cheiro do Alecrim / Sérgio Napp/Cláudio Vera Cruz
  
Lua amarela,prata e jasmim
Quando os olhos dela batem sobre mim
Dançam meus amores numa dança louca
E teima a minha boca em dizer que sim

Lua clara e nua lua dentro em mim
Por essa janela algas e marfim
Há uma certeza que me faz assim
Fogos de artifícios,risos de cetim

Lua Lua Lua que passeia em mim
Leva me em teus braços sedas e carmins
Se não fosse tua esta noite enfim
Como saberia o cheiro do Alecrim

Lua Lua Lua ,Faz me teu por fim
Lua Lua Lua, Faz me teu por fim

domingo, 28 de novembro de 2010

Auto Retrato

Auto Retrato                               Cláudio Vera Cruz


Me traduzam esta expressão , o que diz ela ?
Sinto nos teus olhos,opressão
Sempre muda , sempre estranha,intransponível face,
Travestida parece normal

Teu mundo é irracional?Teu sonho irreal?
Teu tempo anormal? Teu amor marginal ?

Tua força inexiste,não convence, não se impõe,
Parece não ter mais ilusões
Adormecida,energia,cega,invalidada
Inútil consciência a te prender

O que te aconteceu?Quem foi que te feriu?
Será que é porque, lembras de um velho Brasil

(época da ditadura)

Dona Yedda de Claudio Vera Cruz e Paulo Buffara por Claudio Vera Cruz

Dna.Yedda            Paulo Mansur Buffara / Claudio Vera Cruz


Tem dias,
 que a gente acorda com vontade de ser legal,
Com todo mundo

Tem dias,
Que a gente acoda com vontade de ser legal,
Com todo mundo

Foi assim que eu conheci Dna.Yedda,
Foi assim que Dna.Yedda me conheceu,

E agora ela só quer fazer amor comigo.


sábado, 27 de novembro de 2010

O Vampiroca

 

O Vampiroca               Hermes Aquino/Cláudio Vera Cruz



Olhando me no espelho
Na intimidade do lar
Eu vi minhas presas crescendo
Senti meu sangue gelar

A meia noite bateu
Tremi de medo total
Satã me deu suas ordens
Uma capa,um punhal

E pelas ruas escuras
Procuro uma fada que queira me amar

E nas suas veias tão puras
O sangue delicioso eu vou sugar

E quando o dia vem amanhecendo
Eu volto,correndo,me lambendo,
Pro caixão vou descansar

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Antipaganda




Antipaganda                   Paulo Mansur Buffara/Cláudio Vera Cruz

A cidade dorme,meus olhos acendem
Com o apito da fábrica da imaginação

E vou ao comando da nave de idéias
Que rege a vontade da população,

Enquanto no sono,conseguem comprar
O sonho que agora vou fabricar,
Me encolho em meu corpo e meus olhos vermelhos sofrem
Pois quem vai me hipnotizar?

E compram besteiras, falácias inúteis
Amando vantagens que os tornam felizes
E em frente do vídeo estancam passivos
E engolem mentiras de todos motivos

Voltando da nave,avisto a cidade
Silente piscando,na vigília das luzes

Embaixo do morro Santa Tereza,
Um sono-consumo de gente indefesa
E quando me deito,e apago minha mente
As vidas se ligam e acordam acesas.

Claudio Vera Cruz viajando pela BlueNote