sábado, 20 de agosto de 2011

Sinal Vermelho

Claudio Vera Cruz / Luis Mauro Vianna / André Zeni


Sinal Vermelho 

 Te trago essas flores
A chuva deu uma trégua para o sol
Veja estes girassóis
Teus olhos verdes
Dois pequeninos rios
Que choram de tristeza

E as flores, tão belas
Sentem o frio do jardim
Quando a Mãe Natureza
Vê seu filho morto
Já é noite
Na escuridão

E o vento
Quando uiva
Dá vontade de te ver
São as flores
Com suas cores pálidas
Faz frio 
Em pleno verão

E, então
Quando enfim
Chegar o motoboy
Que aqui mendiga 
O seu amor
Vai acelerar
Coração blues
Cruzar vermelho
Algum sinal
(solo) 

E no sangue
Espalhado pelo chão
Outras flores
Despedida
Sim, já estou de partida
Já é hora de lhe contar
Que as flores nem são reais
São percalços
Descaminhos
Nada mais


Até depois Aldebarã


Claudio Vera Cruz / Luis Mauro Vianna / André Zeni
Até depois
Agora eu vou para o mundo
Juntar o quebra-cabeça
Que o tempo foi carregar, depor

Meu redentor
Virá na rosa dos ventos
Por onde eu andar nos caminhos 
Por onde a faca não for
Dando fio, dando dor

Tudo agora
É mundo novo
Até mesmo
Na semana

Tudo em paz pela terra
Sã 
Qual será o meu nome
Amanhã 

Um ermitão
Às vezes
Me faz companhia 
Me disse
Que mora na rua
E o que ele fará
Quando a dor definhar 

Um orixá
Mostrou-me o arcano dos negros
Adivinhou meu destino
Levou-me dentro dos braços
Na beira do mar

O desmatamento mata
As crianças sem futuro
Toda vez que eu descubro
Que ainda estou por aqui

Nenhum trem passará
Jamais
Por lá

Tudo agora
É mundo novo
Até mesmo
Na semana

Tudo em paz pela terra
Sã 
Qual será o meu nome
Num lugar que não estou

Um ermitão
Às vezes
Me faz companhia 
Me disse
Que mora na rua
E o que ele fará
Quando a dor definhar 

Um orixá
Mostrou-me o arcano dos negros
Adivinhou meu destino
Levou-me dentro dos braços
Na beira do mar


Pinte-se no quadro
Do quarto-céu
Mais de mil poetas
Profetas tantãs
Cruze a pé o mundo
De manhã
Rumo ao infinito 
Aldebarã